terça-feira, 3 de abril de 2018

Suplente de luxo


A história de um mexicano vestido de vermelho e branco que começou em 2015/2016. Uma montanha-russa de sentimentos. De jogador mais caro do futebol português a melhor suplente. Hoje, ao pormenor, no blogue.

Raul Jiménez. Estreava-se (em jogos oficiais) pelo Benfica a 23 de agosto de 2015 na 2ª jornada frente ao Arouca, primeiros 12 minutos vestido de vermelho e branco. Nessa mesma época o mexicano acabaria com 45 jogos (mais 5 onde convocado e não utilizado) e 12 golos (jogos oficiais). 24% dos jogos em que participou acabou por marcar. Uma boa época de estreia para um titular ainda não afirmado. Um jogador que chegou no mesmo ano de Rui Vitória. Campeão (logo) no primeiro ano. Começada a nova época (2016/17), em 4 jogos (oficiais) do Benfica, Jiménez havia participado em 3 contando com 2 golos, estando até então numa boa forma. Pouco depois, ao serviço da Selecção mexicana, lesionava-se no joelho esquerdo numa partida frente à Selecção de El Salvador onde só viria a regressar mais de um mês depois (de 4/9/2016 - 17/10/2016). Esta lesão é apenas uma das 4 (!) que Jiménez contabilizou na época passada, falhando no total 19 (!) devido apenas a lesões. Somou então um total de 32 jogos dos 54 do Benfica onde apontou 11 golos. Apesar de tudo isto, 34% dos jogos em que participou acabou por marcar. Esta época, a seis jornadas do final do campeonato, Jiménez apenas falhou 2 jogos por lesão e contabiliza um total de 37 jogos jogados em 41.

A verdade é que, apesar de apresentar "valores estatísticos" abaixo dos anos anteriores, Jiménez, tem sido mais que nunca influente nos resultados e pontos tardios conquistados pelo Benfica. Um jogador que tem dado muito, quer em termos de esforço quer em termos pontuais. Como todos observámos, Jiménez não é o jogador mais eficaz aquando lançado no 11 titular. Talvez, pelas suas características peque um pouco em não conseguir dar o que dá na condição de suplente. Jiménez é um homem de área, um "cão de caça" que disputa qualquer bola como se de o último lance se tratasse. O seu contributo é muito maior e melhor quando é suplente, é notório. Se é um erro ter dado 22M de euros por um "suplente"? Aos olhos de alguns, talvez, mas se analisarmos estas quase 3 épocas de Jiménez ao serviço do Benfica, teremos que considerar todo o turbilhão de sentimentos pelo qual já passou e, com tudo isso, cada vez que "vai lá pra dentro" dá tudo.

"Há que valorizar, e valorizar mesmo muito, quem passa pelo que Raul tem passado e continua a entrar para cada jogo como se fosse disputar a final da Liga dos Campeões. Numa era de egocentrismo, de incapacidade para se perceber limitações próprias e perceber o rendimento dos colegas, todos querem ser primeiros, todos sentem que são mais que os outros. Raul partiu para a presente época com a forte convicção de que iria jogar quase sempre, pois afinal era o parceiro ideal para Jonas – Assim foi no final da temporada passada. A mudança de sistema por parte de Rui Vitória trocou-lhe as voltas. Raul não tem a importância que pensou vir a ter – Entra aos poucos, por vezes somente no fim, mas entra sempre para a final da Liga dos Campeões. Um jogador de grupo, que no final da época, todos os treinadores sabem valer tanto quanto aqueles que mais jogos definem. E depois, na grande área, transforma-se, e é uma classe."

Sem comentários:

Enviar um comentário