domingo, 22 de abril de 2018

3 pontos desinspirados e tremidos

Perdoem-me a demora mas ontem, depois do jogo, depois dos 3 pontos, queria estabilizar as minhas pulsações cardíacas. Mais um jogo a sofrer... menos anos de vida... Desde que estes sejam para ver campeonatos a serem celebrados por nós, aceito perder 1 ou 2 anos nestas andanças dos golos tardios.


Estádio António Coimbra da Mota

Mas bem, lá entrámos no António Coimbra da Mota para a recuperação psicológica da derrota do passado domingo tendo em mente que nem a vencer todos os jogos nos poderemos vir a consagrar campeões, portanto, 3 pontos era o mínimo que se exigia. A derrota no passado domingo levou até a uma menor adesão na romaria encarnada ao jogo, mas os fiéis, esses, estão lá sempre, para o bem ou para o mal. O Benfica tinha então a possibilidade de uma ‘redenção’ frente ao último classificado da Liga. Rui Vitória usou o mesmo onze da jornada passada, ou seja, a ausência de Jonas do onze titular pelo 3.º jogo consecutivo.

Na 1.ª parte foi bem visível o caudal ofensivo do Benfica. O golo acabou por surgir logo ao minuto 10, num passe de Zivković a rasgar a defesa do Estoril onde Rafa, com sorte ou engenho, acabou por fazer golo na sua primeira tentativa no jogo (quem diria...). Como sempre o Benfica entrou a dominar na primeira parte e a obrigar o Estoril a defender num bloco baixo. Assim foi durante 45 minutos. O Benfica muito dono da bola e a criar inúmeras oportunidades onde faltou uma melhor finalização. Criava-se perigo mas não se definia bem no último terço. Com a vantagem de apenas um golo ao intervalo e um festival de golos falhados, saberíamos muito bem que com apenas uma transição rápida do adversário em contra ataque poderíamos ceder facilmente por desatenção. Na frente, com a ausência de Jonas, voltaríamos a ter um Jiménez que, face à imensa presença de jogadores no meio campo estorilista, seria um ‘avançado de área’ na primeira parte.


Intervalo na partida


Na 2.ª parte, tal como na semana passada, notou-se uma equipa mais frágil a nível físico. Uma entrada apática que se fez logo notar pelo golo (posteriormente anulado pelo VAR por posição irregular) marcado pelos visitados. Bem anulado, apesar de deixar dúvidas ‘à primeira vista’. O Benfica deixou-se expôr ao adversário de forma inexplicável na segunda parte. Chegou a ter pouco menos de 30% de posse de bola a dada altura. É preocupante como uma equipa que toma conta e dispõe do jogo na primeira parte, entra “de férias” para a segunda. E o pior, é que tem sido uma prática constante. Desde 30 de dezembro que a equipa tem apenas um jogo semanal portanto, nunca deveria acusar cansaço físico. Depois do golo anulado, a equipa desperta e Rafa falha uma das três oportunidades flagrantes de que dispôs. Minutos depois, o Estoril coloca o jogo novamente na estaca zero. Era notório o desnorte da equipa e só não estivemos em desvantagem no jogo porque uma bola cruzada bate no poste da baliza de Bruno Varela. Depois, Rafa volta a falhar flagrantemente após uma excelente transição ofensiva de Zivković. Foi então que, com o que podia, Rui Vitória mexeu na equipa. A entrada de Salvio por Cervi que até então não tinha aparecido no jogo e a troca de Pizzi por Seferović. Na verdade, não mudou muito. A equipa continuava desinspirada. Fazia-se sentir a ausência de Jonas e via-se uma equipa sem muitas ideias a apostar em colocar bolas na área. Foi então que com 7 minutos de descontos após um cruzamento de Grimaldo, Salvio salta para cabecear e coloca à bola no fundo da baliza de Renan Ribeiro que havia então ‘pago’ por todo o tempo que fez perder durante o encontro. Terminava então a partida com mais uma vitória por margem mínima como habitual nos jogos na Amoreira e com sinais não muito positivos da equipa.




Algumas ‘notas’:


  • É cada vez mais visível as quebras de rendimento da equipa na 2.ª parte. Uma equipa que pratica um excelente futebol em todos os aspetos nas primeiras partes, e nas segundas, desaparece. É aceitável vitórias nos descontos quando se pratica um bom futebol e falta a sorte. Como ontem, as vitórias deixam apenas um sabor bipolar: feliz pelos pontos, triste pelo jogo jogado.
  • A quebra de rendimento de Cervi tem afetado também Grimaldo naquela que era uma triangulação fantástica do corredor esquerdo com Zivkvović... A par de Cervi, “destaco” Pizzi igualmente, uma fantasma em campo. 
  • Seferović, “quem te viu e quem te vê...”, o quão mudado estás. Um início de época excelente e agora arrisco-me a dizer que é menos um em campo. Ontem, em 10 intervenções no jogo, 9 foram negativas.
  • Zivković: Fabuloso! Para mim, o melhor em campo ontem na partida. É genial este rapaz, promissor. Pena foi ter visto boa parte dos jogos desta época na bancada e não no relvado... Muito influente no jogo do Benfica como sempre disse.
  • Rafa, Rafa... Cada vez mais tenho a certeza de que existe uma barreira que o afeta psicologicamente assim que entra dentro da grande área. É inacreditável a falta de confiança na hora do remate, nem ele próprio acredita quando cai na realidade do falhanço. Falta só o capítulo da finalização para se tornar um excelente jogador. A sua tomada de decisão no último terço é uma (enorme) barreira na sua evolução, fora isso, tudo bem.
  • Deixar uma nota (muito) positiva para todos aqueles que como eu, se deslocaram ao António Coimbra da Mota pelo Benfica e não pela possibilidade de sermos ou não campeões. Todos os que estiveram ontem presentes, esses sim, mereceram os 3 pontos. A devolução de mil bilhetes por parte do Benfica, mostra muito bem a falta do verdadeiro benfiquismo que por aí existe. “Adeptos de maio? Não, obrigado!”. Benfica nas derrotas ou nas vitórias!



O sonho está vivo e enquanto for possível, sonhamos...
Até ao fim, porque é lá, que se fazem as contas!

Rumo ao Penta! 


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