sábado, 11 de agosto de 2018

Treme coração, treme...

Desde já meu Benfica, perdoa-me o atrevimento de ter falhado o primeiro jogo da Renconquista. Que ousadia... Mas mais uma vez, prometo que o meu lugar ficou bem entregue. Devo confessar que senti aquele nervoso miudinho do início de campeonato, contudo, sempre a acreditar na conquista de mais um campeonato. Aliás, reconquista. Sejam então oficialmente bem-vindos à época 2018/19 da Liga NOS. Aliás, bem-vindos à época da reconquista.




O relógio marcava 20 horas e 30 minutos do dia 10 de agosto. Início do jogo inaugural da Liga NOS 18/19. O Benfica entrava na Luz oficialmente pelo 2.º jogo consecutivo. Rui Vitória aproveitou a deixa do último jogo e acabou por ‘lançar’ o mesmo onze de quarta-feira. Havia uma atenuante: Rui Vitória só poderia contar com 2 pontas-de-lança - Seferović e Ferreyra - uma vez que Castillo teria que cumprir castigo pela expulsão no seu último jogo ao serviço do Pumas e a saída/permanência de Jonas continuava iminente. João Félix e Lema acabariam por ser os 2 jogadores do lote dos 20 convocados que iriam ver o jogo da bancada.




 A mesma equipa e o mesmo objetivo: marcar muito e cedo. Assim foi, aos 10 minutos depois de uma arrancada “estonteante” de Gedson pela ala direita a bola sobrou para Pizzi que com o pé esquerdo colocou a bola no “canto do lobo”. Estava feito o primeiro golo da partida e do campeonato. 5 minutos depois, Ferreyra teria a oportunidade de aumentar a vantagem através de uma grande penalidade que acabaria por desperdiçar. O caudal ofensivo do Benfica manteve-se e à passagem da meia hora de jogo acabaria por surgir mesmo o golo, mais uma vez por Pizzi. Depois de uma perfeita sintonia na ala direita entre Salvio e André Almeida, no limite, Pizzi encostou a bola para o fundo das redes bisando assim na partida. Sem tirar o pé do acelerador e como “não há duas sem três”, desta feita na ala esquerda, Grimaldo fez um passe para o centro, Ferreyra simulou o toque e a bola ficou à mercê de Pizzi que desta vez com o pé direito faria o seu hat-trick em apenas 38 minutos. Que primeira parte para o transmontano e para o Benfica!
Com o jogo praticamente controlado, Rui Vitória colocava os olhos no jogo de terça-feira na Turquia. Preparava-se para fazer descansar algumas “pedras importantes”. O Benfica foi baixando a intensidade do jogo e acabou por deixar o Guimarães criar mais situações de perigo. O que, aos 76 minutos, acabaria por levar mesmo o Guimarães ao golo por intermédio de André André (já com Cervi e Fejsa no banco de suplentes). A tendência acabaria por manter-se e 5 minutos depois o que parecia seguro tornava-se perigoso quando o (ex-Benfica) Celis reduzia a vantagem para um golo. A equipa apercebeu-se disso e acabou por conseguir segurar a vantagem até ao final da partida. Chegou para o susto...



Algumas notas:
  • Gostei pessoalmente de ver este Benfica a entrar mais uma vez com cabeça e maturidade suficiente de um “grande” ao perceber que tem obrigações logo desde cedo: fazer golos.
  • É bem perceptível que Vlachodimos será o nosso guarda redes titular depois de mais uma exibição positiva, resta saber, o que acontecerá a Bruno Varela depois de o seu nome nem ser apresentado na convocatória dos dois últimos jogos. O titular da época passada fica assim com o 3.º lugar da baliza do Benfica esta época e por sua vez Svilar ocupará o lugar de suplente pelo 2.º ano consecutivo. A não haver nenhuma proposta pelo português, a direção terá que organizar corretamente a baliza do Benfica através de um empréstimo de Svilar e a alternância de Bruno Varela e Vlachodimos (sendo que o grego será o titular) tendo em conta o que são aspetos óbvios: idade e potencial.
  • A excelente exibição de Pizzi poderá trazê-lo de volta psicologicamente ao que foi o Pizzi de 16/17 e fazer esquecer o Pizzi do ano passado. É sempre importante um bom começo. É ser constante.
  • É cada vez mais incrível observar a presença de Gedson em campo. Totalmente um motor. Seja aos 5 ou aos 90 minutos, Gedson, estará de corpo e alma onde for preciso estar. Uma disponibilidade física que espera-se que perdure até ao final da época. Mais uma boa exibição.
  • A importância de Fejsa na partida fez-se notar ontem também. O sérvio que muitas vezes acaba por ser discreto por ser um jogador que desfaz os erros dos colegas, ontem, após a sua saída, o Benfica sentiu a sua falta. Alfa Semedo, apesar da exibição positiva mostrou alguns erros táticos que podem ser consolidados. A experiência e a leitura de jogo de Fejsa poderão ajudar à evolução de Alfa Semedo nos treinos. É a partir de aí que Alfa poderá começar a traçar o seu caminho para um definitivo ‘suplente de Fejsa’ que o levará a aspirar a uma titularidade mais tarde.
  • Salvio poderá estar a voltar à sua melhor forma numa altura em que se esperava uma venda. Os últimos dois jogos do argentino mostraram uma forma que poderá fazer garantir a sua titularidade.
  • Mais uma vez Facundo Ferreyra teve uma exibição abaixo do esperado depois de ter feito um remate em 90 minutos e de ter falhado a oportunidade de converter uma grande penalidade. Nota-se o tardar do argentino em ‘engatar’ no Benfica, contudo, acho que o modelo tático (4-3-3) não o favorece. Creio que poderá beneficiar de uma dupla com Jonas (caso fique) ou Castillo (caso Jonas não fique). O 4-4-2 traria-lhe mais benefícios... Pessoalmente, espero ver o nome do argentino constar o mais rapidamente na lista de melhores marcadores dada a sua importância salarial e a boa época no Shakthar no ano transato.
  • Ficou também mais uma vez óbvia a dificuldade Rui Vitória no controlo emocional da equipa quando sofre golos. O ano passado sofremos bastante com isto. A equipa ao sofrer golos por vezes perdia o norte e o maior exemplo disso foi o jogo na Suíça (contra o Basileia). Mas tudo isto começa quando a equipa está a ganhar e baixa a intensidade do jogo. Deixa o adversário tomar conta do jogo. O Benfica tem que saber impôr um domínio precoce no jogo e depois saber “pôr gelo”. Saber estar a vencer, baixar a intensidade e controlar na mesma. É um aspeto a melhorar com alguma urgência para evitar alguns sustos ao longo da época como o de hoje. 
De 0 a 10:
  • Vlachodimos - 6,5
  • Grimaldo - 7,5
  • Jardel - 7
  • Rúben Dias - 6,5
  • André Almeida - 7,5
  • Fejsa - 7
  • Gedson - 7
  • Pizzi - 9,5
  • Cervi - 7,5
  • Salvio - 8
  • Ferreyra - 6
  • Zivković - 6
  • Alfa Semedo - 6
  • Rafa - 6

Queria deixar também uma nota para uma iniciativa que tem tomado conta das redes sociais e tem mostrado o quão grande é o Benfica e os benfiquistas. Ontem, na Luz, contámos com 55 mil espectadores numa altura em que muitos “RedPass’s estão de férias” fora de Lisboa (o meu caso). A iniciativa “#ZeroLugaresVazios”, que foi posta em marcha nas redes sociais, visa a partilha dos RedPass’s (uma vez que os mesmos são transmissíveis de forma digital e pessoal) com o intuito de evitar exatamente lugares vazios. Parabéns a todos os benfiquistas que contribuíram para isso. Que a iniciativa se mantenha até ao final do ano e que o Benfica lhe dê mais visibilidade oficialmente para que, brevemente, possamos atingir a média de 55 mil por jogo na Luz.




Posto isto, cá estamos nós, mais um ano, os eternos apaixonados que ano após ano, a vencer ou a perder, a sofrer ou não, estarão cá sempre presentes. A lutar por um ideal forte: o de te ver vencer. 

Ontem, hoje, amanhã e sempre, 
P’LO SPORT LISBOA E BENFICA. 
E PLURIBUS UNUM





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