quarta-feira, 15 de agosto de 2018

'Super Gedson' numa Turquia ruídosa

19 horas de Portugal (21 horas locais em Istambul). O Benfica jogava então a 2.ª mão da pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Champions League frente ao Fenerbahçe. Um jogo num campo teoricamente difícil dada a massa adepta adversária. Ambiente ensurdecedor. Assim foi também contra o Besiktas o ano transato. O Benfica partia com a vantagem de um golo depois do jogo da 1.ª mão na semana passada na Luz.

Onze inicial

Tarefa difícil que poderia tornar-se acessível com um golo precoce no encontro. Mas isso, eram vontades coincidentes. O Benfica procurava resolver cedo a eliminatória (em caso de um golo forçaria o Fenerbahçe a marcar 3 golos) e o Fenerbahçe procurava empatar a eliminatória ou colocar-se na frente beneficiando do ambiente do fator casa. A verdade é que nisso, o Benfica esteve bem. Anulou a (a possível) pressão inicial da equipa turca e acabou por, aos poucos, ir tomando conta do jogo. Aos 26 minutos Salvio descobriu Castillo que tocou de primeira para Gedson que a dois toques colocou a bola dentro da baliza. Um golo que tranquilizava a eliminatória para o Benfica. 6 minutos depois, o mesmo Castillo que assistiu Gedson saía de campo com queixas físicas. Entrada a frio de Ferreyra no jogo. Os 19 minutos seguintes continuaram a ser maioritariamente dominados pelo Benfica. Mesmo assim, Vlachodimos teve também tempo para uma defesa espetacular. O jogo parecia bem encaminhado para o intervalo quando já em tempo de compensação a equipa turca empata a partida depois de um cabeceamento de Potuk. Ficou a sensação que Vlachodimos se atirou tardiamente. Intervalo, jogo empatado.


Festejos no golo de Gedson

Com 20 minutos de segunda parte, Phillip Cocu (treinador do Fenerbahçe) percebia que o tempo ia escasseando e fazia uma dupla substituição: o experiente Soldado e Alici iam a jogo. O Fenerbahçe começava a tomar conta do jogo dadas as necessidade de ambas as equipas. Rui Vitória por sua vez percebia a necessidade de reforçar o meio-campo e fazia entrar Alfa Semedo para o lugar de Salvio. Aos 79 minutos o Fenerbahçe esgotava as substituições com a entrada de Isla. 5 minutos de compensação na 2.ª parte e a equipa turca não conseguiu criar muito mais perigo. Rui Vitória ia lançar Zivković a jogo na intenção de “queimar tempo” mas o jogo não correu a favor do sérvio - a bola não saiu e não surgiu a oportunidade da substituição. No último lance do jogo André Almeida falhou um remate à entrada da área. Bola para fora, final da partida. Esta então ultrapassado o primeiro teste antes de entrar na fase de grupos da Champions League. 







Algumas notas:
    • O Benfica da 1.ª parte é o Benfica que todos queremos ver. Consciente de que é melhor que o adversário, assumir o ritmo do jogo, criar oportunidades e tentar fazer golos com critério.
    • Na 2.ª parte voltámos a ser um Benfica adormecido e que se deixou adormecer à espera da eliminatória ficar de novo apertada. Mais uma vez realço a necessidade de saber controlar o jogo e não sofrer desnecessariamente. A diferença da primeira para a segunda parte do “à vontade” e da própria vontade de construir jogo é gritante.
    • Quanto ao nosso guarda-redes a cada jogo que passa percebemos que há um Vlachodimos mais seguro e confiante. Nos remates exteriores, zero erros a apontar. Deixou muitas notas positivas. Remates de difícil alcance e de excelente resposta. Contudo, no golo dos turcos existe um mau posicionamento de Vlachodimos no cruzamento (próximo do 1.º poste) que depois corrige com um ótimo ajuste ao centro da baliza, contudo, perde uma melhor reação ao cabeceamento devido a esse excesso da posição inicial (daí o tardar no seu lançamento para a bola). De resto, nada a apontar.
    • Castillo fez 26 minutos e diga-se que chegou para perceber que é ele quem realmente deve assumir o lugar de ponta de lança num 4-3-3. Foi segurando as transições ofensivas para a chegada de mais companheiros - ou sofria falta, ou tocava de frente para os companheiros. Quando não sofria falta assistia como fez para Gedson no golo, primeiro toque e com qualidade. 
    • “Super Gedson” é mesmo o nome deste post. Que jogão fez o rapaz de 19 anos. Como referi aqui no último post, a sua disponibilidade física é incrível. O que corria este rapaz no início e fim de jogo. Sem dúvida um motor! Continuemos a apreciar enquanto os “tubarões” não vierem cá pescar. Mais uma noite brilhante. Homem do jogo.
    • Esperemos que no Bessa, Rui Vitória faça descansar algumas “peças” porque daqui a uma semana joga-se o playoff e a temporada só acaba em maio, ainda há muito pela frente. Rebentar já com alguns jogadores não é o que estamos a precisar.

    De 0 a 10:
    • Vlachodimos - 7
    • André Almeida - 6
    • Rúben Dias - 6,5
    • Jardel - 6,5
    • Grimaldo - 6
    • Fejsa - 6,5
    • Pizzi - 6,5
    • Gedson - 8
    • Salvio - 6,5
    • Cervi - 5,5
    • Castillo - 6,5
    • Ferreyra - 6
    • Alfa Semedo - 6

    Ontem, hoje, amanhã e sempre, 

    P’LO SPORT LISBOA E BENFICA. 
    E PLURIBUS UNUM



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